Observatório da Jihad


31.8.06

Curso de Direito islâmico (fiqh) online

Anne-Marie Delcambre, doutorada em Direito e em civilização islâmica, professora de árabe, aborda o Direito islâmico no fórum de LibertyVox.

É aconselhável começar por
aqui:
«O Direito muçulmano é a chave para compreendermos o que se passa no mundo de hoje. Apesar de ignorado, constitui a minha especialidade. (…) Actualmente, depois de um longo período de confinamento e de eclipse que pressagiava o seu desaparecimento, eis que reaparece mais forte que nunca (…)
O Direito muçulmano interessa a mais de mil milhões de crentes. De forma total ou parcial, são 40 países que se reclamam das suas regras.
Durante muito tempo esteve reservado à organização do culto, ao estatuto pessoal. Mas cada vez se impõe mais nos domínios do Direito penal (penas fixas para os crimes = hudûd), as obrigações, o Direito fiscal.
O facto deste Direito se fundamentar em várias fontes, DUAS das quais religiosas, uma revelado pelo próprio Deus (Corão) e outra sendo a imitação do Profeta (Suna, com os hadîths qudsis, tradições reveladas por Deus ao Profeta), faz com que este Direito ocupe um lugar particular, que o Ocidente não quer ver.»

A inquisição islâmica

Jamie Glazov entrevista Ali Sadeghi, prisioneiro político iraniano. Autor do livro Persia, The Cradle of Infidels, memórias de uma luta corajosa pela liberdade, no Irão dos Mullahs.

in Frontpage

30.8.06

Morreu o escritor egipcio Naguib Mahfouz

Naguib Mahfouz, prémio Nobel da Literatura (1988), internacionalmente conhecido pela sua «Triologia do Cairo» faleceu hoje no Egipto, vítima de uma úlcera hemorrágica. Com 94 anos, estava internado desde o dia 19 de Junho e foi o único escritor árabe a receber o Nobel.

Declarado infiel pelos militantes muçulmanos devido ao retrato que fez de Deus numa das suas novelas, Mahfouz sobreviveu a um ataque com faca praticado por muçulmanos radicais em 1994, que lhe danificou um nervo e o prejudicou na capacidade de usar a mão para a escrita. Desde então vivia sob protecção policial.

Nascido no Cairo, em 1911, era filho de um comerciante e formou-se em Filosofia, na Universidade do Cairo, com 23 anos, numa época em que muitos egípcios tinham apenas a instrução primária.

A aliança anti-sistema

Gustavo de Arístegui dedica um interessante artigo à aparente aliança contra-natura entre esquerdistas e islamistas.

«(...) Pero habrá que preguntarse por qué se produce esta aparente coalición heterogénea y dispar, que cuenta por lo menos con los siguientes elementos, los antisistema, los antiglobalización más exacerbados, las izquierdas radicales, los regímenes populistas y el quinto elemento es el islamismo radical, al que muchos de estos movimientos ven como el verdadero libertador y el “único capaz de hacer frente a Estados Unidos y sus aliados”. Para los primeros cuatro esta alianza, que empezó surgiendo más por coincidencia de enemigos que por otra cosa, tiene un creciente carácter estratégico, pues necesitan desesperadamente reemplazar el difunto bloque ideológico por otro. Este nuevo bloque ideológico tiene su fundamento en una verdadera coalición de los anti y de los contra, y entre ellos cabe destacar los siguientes puntos de coincidencia: antioccidental, antiamericano, antiliberal, anticonservador, antidemocracia formal, anticapitalista y mercadofóbico, se dice anticolonial, anticonvencional, y es crecientemente antisemita, se sienten atraídos por la contracultura de lo radical y de la violencia, y son mesiánicos, revisionistas y claramente rupturistas. Para la última parte, para el “quinto elemento”, el islamismo radical, es una alianza meramente táctica, para los islamistas las izquierdas, ya sean comunistas o socialistas, son “enemigas del Islam, los más ajeno y distinto a la esencia y tradiciones islámicas” como me recalcó de manera insistente uno de los principales dirigentes islamistas jordanos el Dr. Arabiyat en su casa de Ammán el pasado mes de enero. (...)»

29.8.06

Mensagem militante

A melhor mensagem no melhor site de cartoons

Kofi Annan apupado pelos partidários do Hezbollah

Ontem no primeiro dia da sua visita ao Médio-Oriente, quando visitava as ruínas dos bairros xiitas do sul de Beirute, Kofi Annan, foi cercado por uma multidão de partidários de Hezbollah e teve de ser rapidamente evacuado pelos serviços de segurança.

Acompanhado pelo PM libanês, Fouad Siniora, percorria um bairro coberto de cartazes do Partido de Deus, com guarda dos homens do Hezbollah que munidos de rádios controlavam a visita quando, em alguns segundos, várias dezenas de pessoas se aproximaram e apuparam a comitiva com slogans como «Morte a Israel», «Morte aos Estados Unidos» e «Kofi Annan é um agente dos americanos». Enquanto isso, alguns jovens lançavam pedras.

Vários responsáveis da ONU afirmaram terem sido vítimas de uma «armadilha» e de «um golpe montado e orquestrado pela milícia xiita libanesa».

Propaganda

por Diogo Pires Aurélio, Professor universitário
in Diário de Notícias, 29 Agosto 2006

O líder do Hezbollah confessou que jamais teria ordenado a operação em que três militares israelitas foram mortos e dois raptados se "soubesse que isso iria trazer uma guerra de tais dimensões". Hassan Nasrallah imaginava, presume-se, que Telavive se limitaria a pôr um anúncio no jornal, prometendo alvíssaras a quem mandasse informações sobre o paradeiro dos seus soldados.

A máscara de inocência exibida pelo Hezbollah não espanta. Ao fim de algumas semanas de guerra, durante as quais a tese da desproporção da resposta israelita, propagada pelas mais diversas instâncias, circulou por todo o mundo e foi legenda para todas as imagens que as televisões mostraram, Hassan Nasrallah achou que era altura de extrair a conclusão e pôr a cereja no bolo. Afinal, o seu partido tem a noção das proporções, razão por que nunca lhe passou pela cabeça que os sionistas retaliassem nos modos com que o fizeram. Não lhe cabe, portanto, a mais leve culpa pelo que sucedeu.

A confissão do líder do Hezbollah seria unicamente cinismo, se não fizesse parte da propaganda destinada a incutir na opinião ocidental a ideia, já bastante espalhada, de que o partido é um "movimento de resistência", que apenas quer libertar o Líbano. Numa altura em que se tenta constituir uma força internacional para intervir no Sul deste país, o Hezbollah retira o capuz terrorista que usa habitualmente e mostra-se como se fosse o mais sincero aliado dos que buscam a paz no Médio Oriente. O ser um partido armado no interior de um Estado sem capacidade de se lhe impor militarmente é, decerto, um pormenor. O ser agente de duas potências regionais que lhe garantem o armamento, outro pormenor. O ignorar todas as resoluções das Nações Unidas a recomendar o seu desarmamento, uma insignificância. Só alguém de má-fé poderia, em tal contexto, considerar uma coisa tão banal, como é, para o Partido de Deus, o rapto de soldados estrangeiros, uma acção que justifique uma guerra...

Dá-se, até, uma situação curiosa: ao mesmo tempo que os apoiantes do Hezbollah na Europa se revoltam à simples ideia de enviar para o Líbano uma força de intervenção, mesmo se a coberto de uma resolução da ONU, o Hezbollah garante acolher a hipótese de braços abertos, desde que, obviamente, não lhe tirem as armas. Decididamente, a propaganda faz milagres.

Insurgências várias

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Metula News Agency - Mena Press

28.8.06

MEC

"Nós também somos Israel" - por Miguel Esteves Cardoso
in Revista Única, Jornal Expresso, 26 de Agosto 2006"


A minha posição é muito simples: apoio Israel, aja mal ou aja bem e haja lá o que houver. Suponho que isto faça de mim, segundo a óptica da época, um fundamentalista, tão mau como os terroristas: não me importo. Cada um é livre de pensar o que quer. E é aqui que começa (e não acaba) o problema. (continuar a ler aqui)

Viagem ao interior de uma comunidade islâmica

Um documento excepcional. Um video checo, com cerca de 28 minutos, legendado em inglês. A história de uma infiltração de vários meses no universo muçulmano da República Checa, até ao ponto de as coisas se tornarem claras: a lógica da tomada do poder, o terrorismo é a via, o terrorismo é uma boa coisa...
in Le Devoir de Précaution

A propaganda dos teo nazis

Documentos capturados ao Hezbollah, no Líbano, revelam como a organização recolhe fundos enquanto faz propaganda e doutrina os jovens.
in Intelligence and Terrorism Information Center at the Center for Special Studies (C.S.S)

Olhem para a imagem e repitam com o senhor Adamgy: «Isto não é anti-semitismo, é islamofobia!!» ... outra vez...

27.8.06

Nada de confusões

Yiossuf M. Adamgy, grande medalhado pela Arábia Saudita, sustenta e divulga a tese que «A islamofobia é o anti-semitismo do séc. XXI». Mentira. Completamente falso. O anti-semitismo do séc. XXI continua a ser o que o sr. Adamgi e confrades pensam, escrevem e divulgam sobre os judeus.
(http://www.myciw.org/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&p= 6753#6753)

Aqui ao lado III...

Gustavo de Arístegui estava a pedi-las! Acaba de publicar o segundo livro sobre a presença do islamismo radical em España. A obra deve ser excelente, a ponto de lhe ter valido, por parte da comunidade muçulmana de Madrid, a condenação de «inimigo do Islão». Acabei de a comprar aqui:
La Yihad en España: La obsesion por reconquistar Al-Andaluz

«La ideología islamista radical se extiende como una mancha de aceite y España constituye una de sus obsesiones. Reconquistar y reislamizar Al-Ándalus no es sólo un mito, un proyecto utópico, sino un verdadero objetivo por el que lucha con fuerza el terrorismo yihadista.Gustavo de Arístegui analiza con rigor el origen, las causas y las consecuencias de la presencia del islamismo radical en España. Un análisis político no exento de opiniones personales y experiencias directas tras su paso por el Ministerio de Asuntos Exteriores, las embajadas de España en el Magreb y Oriente Medio, el Ministerio del Interior y la Comisión Nacional de Libertad Religiosa, así como en sus numerosos viajes por el mundo islámico. La teoría de la Yihad; las fuentes de financiación del terrorismo islamista en el mundo; la situación en el país vecino, Marruecos; la penetración de los radicales en España y la organización de las mezquitas; el tráfico de seres humanos y la utilización de la inmigración… son algunos de los ejes centrales de este libro inquietante y de rabiosa actualidad.Asimismo, el autor apunta las tendencias que el movimiento islamista radical y el terrorismo yihadista pueden marcar en el futuro inmediato y propone una serie de soluciones en el marco de la estrategia multidimensional que se aplica en la lucha contra ellos.»

Lembram-se?

clique na imagem

26.8.06

Mulheres sob as leis muçulmanas

Aqui ao lado II...

Gustavo de Arístegui reage com coragem e determinação à condenação de «inimigo do Islão», no artigo «No son ameazas, son una condena. Pero no me callarán». Visitem o seu blog.

Misóginos e criminosos

Para o seu pai, Hina Saleem era uma «puta» - como o são, para muitos muçulmanos, as mulheres ocidentais - porque namorava um italiano católico, fumava, trabalhava e vestia-se como aparece na foto. Por isso, o pai e o cunhado degolaram-na de acordo com o preceito corânico. No final devem ter gritado Allah u Akbar.

Quando será que este assunto é tomado a sério?

Helena Matos, no Blasfémias, chama a atenção para um caso que abalou a Itália, mas que é recorrente na Europa: a violência a que as mulheres muçulmanas, ou de famílias muçulmanas, estão sujeitas.

«Hina murió en familia. La joven fue degollada por su padre, un inmigrante paquistaní llegado a Italia en 1996. Su tío y su cuñado aprobaron el asesinato y ayudaron al padre a enterrar el cadáver, con la cabeza hacia la Meca, en el huerto de casa. Hina tenía 20 años, convivía con un italiano, trabajaba en una pizzería, fumaba, lucía un tatuaje y se negaba a casarse en Pakistán con uno de sus primos, como había decidido la familia. Cuando le detuvieron, el padre lo explicó todo: "La maté porque vivía con un italiano, era una puta y no me obedecía".La muerte de Hina Salem, ocurrida el 11 de agosto en las afueras de Brescia, una ciudad industrial cercana a Milán, reavivó el debate sobre los límites de la integración de los inmigrantes musulmanes. Lo ocurrido en Brescia dejó al descubierto el autoaislamiento y las leyes internas de la comunidad de origen paquistaní: muchos dentro de ella, según la policía, aprobaron la ejecución de Hina. El padre asesino, Mohamed Salem, 55 años, fue ocultado durante dos días por la comunidad. Y fue la comunidad la que le ordenó entregarse, primero él, luego sus cómplices.La desaparición de Hina Salem fue denunciada el 11 de agosto por Giuseppe Tempini, de 32 años, carpintero y compañero sentimental de la muchacha. Pero aún estaba viva, probablemente encerrada en casa de sus padres. Fue degollada al día siguiente y enterrada horas después en el huerto: una vecina vio a Mohamed Salem, Mohamed Tariq (50 años, hermano de Mohamed Salem) y Mahmud Zahid (27 años, esposo de la hermana mayor de Hina) cavando la tumba. Los tres hombres desaparecieron en un todoterreno rojo poco antes de que llegara la policía.»O resto po de ler-se aqui: http://www.elpais.es/articulo/internacional/Mate/ hija/obedecia/elpporint/20060826elpepiint_9/Tes/

O Islão político e a Democracia são incompatíveis

Ontem, fui ver o «Voo 93». Um filme de grande intensidade dramática que nos transporta para o fatídico 11/9, dia em que o Ocidente “começou” a pagar o preço por ser tolerante com os intolerantes, por acolher no seu seio aqueles que o querem destruir, por querer dialogar com quem só tem o ódio no coração.

Nos comentários e hate mail – onde costumam chamarem-me coisas que “nem Maomé chamou ao toucinho” e que terminam, invariavelmente, com a expressão Allah u Akbar – alguns defensores da Jihad islâmica diziam que não iam ver o filme. Percebo-os e sei que não é por consciência pesada. A obra retrata terroristas que falharam o alvo, impedidos por gente comum que não se submeteu aos que numa mão brandem o Corão e na outra o explosivo. É o símbolo da resistência que, a vários níveis, teremos de praticar. O risco não advém somente dos que executam o terrorismo e a violência. Tão perigosos quanto estes são as centenas de associações de muçulmanos que, por toda a Europa (apoiadas por ideólogos como Qaradawi e Ramadan), realizam um trabalho de infiltração social. Tentam condicionar a nossa política externa, recorrem à pressão social e à chantagem (véu islâmico, caricaturas de Maomé, etc.) para tentarem obter a introdução da Charia nas leis europeias e quando a demografia o permite, começam a fundar os próprios partidos políticos. O Islão político e a Democracia são incompatíveis; pior, subvertem os mecanismos democráticos para atingir a Democracia. Há que continuar vigilantes e impedir o avanço das ideias e das práticas jihadistas no Ocidente.
Filmes, como o «Voo 93» têm, também, o mérito de reavivar a memória curta de muita gente.

25.8.06

O Islão constitui uma ameaça para o Ocidente

Uma sondagem publicada no "The Daily Telegraph", revela que mais de metade dos britânicos pensa que o Islão constitui uma ameaça para o Ocidente, mais um terço do que acontecia há cinco anos.

Segundo o inquérito, realizado pelo instituto YouGov junto de 1.757 adultos, 53% das pessoas questionadas consideraram que o Islão, independentemente das organizações fundamentalistas, ameaça a democracia liberal ocidental, contra 32% numa sondagem idêntica da YouGov feita após os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos.
A sondagem foi feita já depois de ter sido divulgado o caso da preparação de atentados terroristas visando atingir os aviões comerciais de ligação entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Todas as pessoas interrogadas até agora, no âmbito desse processo, são muçulmanas.
A percentagem de pessoas, questionadas para o inquérito, que consideram que muitos dos muçulmanos britânicos não são solidários com o país e podem participar em actos terroristas é de 18% contra os 10% com a mesma opinião após os ataques terroristas nos transportes públicos londrinos de 7 d e Julho de 2005.
Por outro lado, apenas 16% concorda com a afirmação de que praticamente todos os muçulmanos britânicos são cidadãos pacíficos e respeitadores da lei, que lamentam os atentados terroristas tanto como qualquer outra pessoa.

O Sionismo original

Sobre o sionismo e o «roubo» de terras aos Palestinianos, deixo as palavras de David Meir-Levi, publicadas na obra «Grandes Mentiras - Demolindo os Mitos de Propaganda de Guerra contra Israel», Via Occidentalis, 2006, págs. 62-65.

«A partir de meados do século XIX, os pioneiros sionistas juntaram-se às comunidades judaicas locais na reconstrução de uma pátria judaica no território que era então o Império Turco. Fizeram-no comprando terras à Coroa turca e a proprietários árabes (os effendi). Não houve invasão, conquista ou roubo de terras árabes – e muito menos de terras palestinianas, uma vez que os árabes que viviam na região eram cidadãos turcos havia já 400 anos. Desarmados e sem exército, os judeus acabaram por comprar tantas terras aos árabes que, em 1892, um grupo de effendi escreveu ao Sultão turco pedindo a proibição de venda de terra a judeus. Em 1915, os seus descendentes voltaram a fazer o mesmo pedido. Tornava-se evidente que a simples presença de judeus proprietários de terra no Médio Oriente incomodava algumas pessoas, mesmo considerando que as transacções haviam sido legalmente feitas.
É indiscutível que não houve apropriação indevida: nem uma só queixa foi apresentada. Nenhum árabe foi afastado do seu lar contra a sua vontade. Com efeito, como ficou demonstrado num estudo demográfico da Universidade de Columbia 1, a população árabe na região cresceu tremendamente neste período, em parte graças ao desenvolvimento económico alcançado com a ajuda dos judeus. Entre 1514 e 1850, a população árabe nesta região do Império Turco tinha praticamente estabilizado nos 340 mil habitantes; subitamente começou a aumentar por volta de 1855; e em 1947 subira já para 1 milhão e 300 mil – quadruplicando em menos de cem anos. As causas exactas deste aumento populacional estão fora do escopo deste ensaio, mas a relação causal entre este fenómeno (comprovado com toda a independência académica) e a capacidade de empreendimento sionista não oferece a menor dúvida.
Longe de afastar os árabes, roubando as suas terras ou arruinando a sua economia, o trabalho dos pioneiros judeus do século XIX e início do século XX permitiu, na verdade, que a população árabe quadruplicasse, a economia entrasse na era moderna e a sociedade se libertasse das misérias da servidão que tipificava a relação effendi-fellah (proprietário-servo) da época otomana. Um árabe que trabalhasse numa fábrica ou numa comunidade agrícola judaica podia ganhar num só mês aquilo que o seu pai tinha ganho num ano inteiro a arrancar um rendimento agrícola de mera subsistência usando tecnologia medieval. A mortalidade infantil entre os árabes desceu significativamente, já que os judeus partilhavam a sua moderna tecnologia médica com os vizinhos árabes.
Muita da terra que os sionistas compraram não passava de deserto e pântano: era território desabitado e como tal condenado pela tradição árabe. Técnicas agrícolas modernas postas em prática pelos judeus, e ainda o sangue e suor de milhares de idealistas sionistas, conquistaram essas terras, transformando-as em propriedades de primeira classe dotadas de quintas e comunidades florescentes servidas por uma saudável economia de mercado. Como resultado, migrantes árabes acorreram em massa à região, vindos de Estados vizinhos em busca de uma vida melhor e de maiores oportunidades económicas. Isto permite sugerir que um número significativo de árabes que hoje vivem em Israel, se não mesmo a sua maioria, devem a sua existência ao empreendimento sionista.
Uma comprovação desta história (bem diferente da que nos é apresentada pela propaganda árabe) chega-nos de uma fonte surpreendente. Num
discurso televisivo, em Maio de 2005, o sheikh Yousuf al-Qaradhawi, terrorista árabe internacional e membro do estado-maior de Osama bin Laden, gelou os seus seguidores com a seguinte frase: “Infelizmente, nós [árabes] não somos excelentes nas indústrias civis ou militares. Importamos tudo, de alfinetes a mísseis. Como é possível que o gang sionista tenha conseguido ser superior a nós, apesar de eles serem tão poucos? Tornaram-se superiores através do conhecimento, da tecnologia e da própria energia. Tornaram-se superiores através do trabalho. À frente dos nossos olhos estava o deserto, e nós nada fizemos. Quando eles tomaram conta do deserto, transformaram-no num oásis verde. Como pode progredir uma nação que não trabalha? Como pode crescer?”. 2
Foi precisamente este sucesso do empreendimento sionista que provocou o receio e a ira dos líderes árabes. O progresso, a tecnologia e a economia sionistas e a disposição dos judeus de partilharem esta tecnologia com os seus vizinhos árabes ameaçavam radicalmente o estrangulamento medieval que os effendi exerciam sobre os fellahin. Os métodos turcos de manutenção da ordem sob a autoridade do Sultão eram algo draconianos. Consequentemente, como parte do Império Turco, os árabes da região não se arriscaram a provocar uma guerra civil; e assim aguentaram estoicamente a presença judaica, num esforço que passou por tolerância. Mas a governação britânica que se seguiu à I Grande Guerra não era tão severa. Quando a Grã-Bretanha tomou conta do Mandato Palestino (o que corresponde hoje aos territórios de Israel e da Jordânia), os líderes árabes perceberam que tinham mãos livres. Instigando o ódio religioso e alimentando a chama do ressentimento fellah com mentiras sobre uma intenção judaica de destruição do Islão, representantes das principais famílias effendi, comandados pelo hajj Amin el-Husseini, deram início a uma jihad islâmica que envolveu uma série de pogroms contra os judeus.»

1. Justin McCarthy, The Population of Palestine, 1990.
2. Comprovação académica pode ainda ser encontrada em Palestinian Identity, do professor Rashid Khalidi (um palestiniano de nascimento); em The Palestinian People, de B. Kimmerling e J. Migdal; e na tese de doutoramento do palestiniano Sandi Sufian, da Universidade de Chicago.

O camarada Ruben de Carvalho

veio ao terreiro com o mesmo discurso dos teo-nazis do Hezbollah. Miguel Castelo-Branco arrasou-lhe a argumentação a ponto de meter dó. Leitura obrigatória aqui.

Os contactos dos neo-nazis alemães e britânicos com os islamistas

O que se produziu na 2ª GM (admiração de Himmler pelo Islão, amizade de Hitler com o Mufti de Jerusalém, fuga dos criminosos de guerra nazi para os países árabes, etc.) prossegue actualmente como explica o artigo da revista alemã Der Spiegel: O chefe do NPD Ugo Voigt pronunciou um discurso numa reunião da associação muçulmana alemã Hisb ut-Tahrir (actualmente proibida) em Outubro de 2002. Os contactos prosseguiram e o funcionário do partido neo-nazi entrevistou o chefe da organização [teo-nazi?] Hisb ut-Tahrir, Shakur Assem. O título da entrevista era «Libertar a Palestina dos Sionistas».
O chefe das juventudes do NPD (JN) também organizou um encontro em que discursou Shakur Assem, em Duisbourg, em 2003. O advogado neo-nazi Jürgen Rieger já tinha defendido os membros do Hisb ut-Tahrir.
Mas não são só os neo-nazis alemães que são fãs de Maomé. Os seus confrades britânicos não lhes ficam atrás como noticia o Times no artigo:
What the neo-Nazi fanatic did next: switched to Islam.
via
France-Échos

24.8.06

Aqui ao lado...

O porta voz dos Assuntos Exteriores do Partido Popular (espanhol) denunciou, em declarações ao Libertad Digital, uma ameaça de morte contra a sua pessoa publicada num site fundamentalista islâmico. "Responsabilizo pessoalmente Yusuf Fernández" declarou Gustavo de Arístegui. Fernández é o porta voz da Federación Española de Entidades Religiosas Islámicas e acusou o dirigente popular de ser "inimigo do Islão". Uma declaração que para muitos islamistas é suficiente para justificar um atentado pessoal.

adenda: En Defensa de Occidente, há mais informação sobre este caso, nomeadamente um link sobre os convertidos ao Islão, com o percurso de Yusuf Fernández

Robert Spencer - uma entrevista a não perder

Desabafo de um muçulmano no fórum islâmico

«Há certas coisas que não fazem sentido para mim. É com receio de Allah, que pergunto como é possível haver pessoas que acham possível a aplicação da sharia num País [Grã-Bretanha], onde são uma minoria, e onde existe uma constituição que lhes deu garantias de liberdade na prática da sua religião? Sinceramente, ultrapassa-me.» AC

Voo 93 - estreia hoje

O Irão dos mullahs

Na FrontPageMag, Robert Spencer explica em After August 22 porque o Irão continua a ser uma ameaça e Jamie Glazov entrevista Regnar Rasmussen, intérprete militar e especialista em interrogatórios das Forças Armadas dinamarquesas que nos conta como os soviéticos deram a bomba aos mullahs.

23.8.06

Hoje o sionismo, amanhã o cristianismo

Curiosamente, a omnipresença do discurso anti-judaico nos islamistas – e nos Irmãos Muçulmanos, em particular – é frequentemente ocultado, ou minimizado, como se constituísse um epifenómeno, que não merecesse ser revelado ou estudado. Fundamentalmente, muitos observadores partilham a ideia que o islamismo não é perigoso enquanto só atacar os judeus e Israel. Esta ideia toma diversas formas e exprime-se de maneiras diferentes. Nalguns casos é um erro de perspectiva, noutros um axioma ideológico.

Assim, inúmeros dirigentes políticos europeus pensam que o terrorismo islamista não é condenável quando ataca os israelitas ou os judeus. É por isso que as instâncias políticas da União Europeia denunciam regularmente as represálias israelitas contra os movimentos terroristas palestinianos, ao mesmo tempo que pretende lutar contra o terrorismo islamista em solo europeu. Esta política revela uma incompreensão da natureza profunda do perigo islamista. Acreditar que os judeus (ou Israel) são os únicos visados pelos islamistas é uma ilusão... Como relata o historiador Bat Ye’or (in ‘Juifs et chrétiens sous l’Islam, les dhimis face au défi intégriste’):

«No Egipto, a 27 de Março de 1947, a igreja copta de Zagazig foi incendiada pelos Irmãos Muçulmanos durante o serviço religioso. Os incêndios de outras igrejas em Alexandria e no Alto Egipto foram acompanhados de manifestações anti-cristãs e de palavras de ordem como: ‘Hoje foi o dia do sionismo e amanhã será o dia do cristianismo; hoje é sábado e amanhã será domingo.»

Neste aspecto, a situação que actualmente prevalece em França assemelha-se muito ao Egipto dos anos 30 e 40. O anti-semitismo dos islamistas na França contemporânea – de Tariq Ramadan a Hassan Iquioussen – não deve ser minimizado ou silenciado, porque é um prenuncio de outras desgraças.

Paul Landau, Le Sabre et le Coran, Ed. Rocher, 2005, pags. 161-162.

Cessar o quê?

Vasco Graça Moura, Diário de Notícias, 23 Agosto 2006:
A ONU não presta para nada. Não evita conflitos, não evita guerras, não evita destruições, não evita catástrofes humanas. É a instância mais empatativa e mais desprestigiada de toda a História internacional. Falha cronicamente em todas as situações em que intervém e em que as normas de direito tenham de ser impostas pela força coerciva. Nunca evitou nenhum genocídio. Há mais de 20 anos que falha no Médio Oriente. Vai agora falhar mais uma vez. (...) continuar a ler

Anti-sionismo, por Martin Luther King

“… dizes, meu amigo, que não odeias os judeus, que és somente “anti-sionista”. E eu digo-te: Quem critica o Sionismo, critica os judeus; esta é a verdade de Deus.
O anti-semitismo, o ódio aos judeus, permanece como uma mancha no espírito da humanidade. Por isso, entende isto: o anti-sionismo é, na essência, anti-semitismo, o ódio ao povo judeu, e será sempre assim.
Porque é assim? Tu sabes que o Sionismo é o sonho que o povo judeu acalenta de regressar à sua terra. As Escrituras dizem-nos que florescerão na Terra Santa. Dali foram expulsos pelo tirano romano, os mesmos romanos que mataram o nosso Senhor.
O povo negro, meu amigo, sabe o que é sofrer o tormento da tirania, das regras impostas por governantes que não elegemos. Os nossos irmãos de África rogaram, imploraram, pediram que fosse reconhecido o seu direito natural de viver em paz no seu próprio país, soberanamente.
O anti-semita manifesta-se em cada oportunidade disponível para libertar a sua malícia. Os tempos tornaram impopular a manifestação aberta do ódio aos judeus. Neste caso, o anti-semita procura novas formas e plateias para destilar o seu veneno. Agora, esconde-se por detrás de uma nova máscara. Agora não odeia os judeus, só é anti-sionista!”

Martin Luther King, «Carta a um amigo anti-sionista», Saturday Review, nº XLVII, Agosto de 1967.
in
El Primer Ratón en la Luna via Eurabian News

adenda: O OdJ errou e penitencia-se por isso. Apesar de amplamente divulgada na net e em livros, a carta aqui publicada não é da autoria de Martin Luther King, nem foi publicada na Saturday Review. Trata-se portanto de uma peça forjada. Segundo Tim Wise, activista dos direitos humanos e especialista em MLK, as únicas referências a Israel nas obras e discursos de King, foram: Em resposta à intervenção de um estudante: «Não fales assim. Quando as pessoas criticam os sionistas, querem dizer judeus. Estás a falar de anti-semitismo» e «para Israel a paz significa segurança, e devemos apoiar firmemente o seu direito à existência, a sua integridade territorial». Para mais informações veja os links sugeridos por um leitor na caixa de comentários.

Resposta desproporcionada

22.8.06

O eixo islâmico-marxista, de Teerão a Caracas

As redes sul-americanas do Irão e do Hezbollah

Em Junho de 2006 a polícia equatoriana afirmou ter desmantelado uma rede de tráfico de droga que operava no Equador, Colômbia, Brasil e EUA. As receitas eram maioritariamente destinadas ao Hezbollah. A informação foi publicada pelo The Daily Telegraph e pelo Courrier International.
Ainda segundo a polícia equatoriana, a rede enviava cerca de 70% das receitas para o Líbano. As vinte pessoas detidas no quadro desta operação eram maioritariamente provenientes da Síria e do Líbano. A rede era dirigida por Radi Zaiter, cidadão libanês, proprietário de um restaurante na capital equatoriana, que já tinha sido detido na semana anterior pela polícia colombiana. Pendiam sobre ele vários processos por tráfico de droga, nomeadamente em França, país que há quatro anos pedia a sua extradição. Segundo os investigadores, a rede enviava a cocaína através das «mulas», passadores que escondiam a droga nos intestinos. Destinos: EUA, Alemanha, França e Próximo Oriente.

O Departamento de Estado norte-americano há muita que acusa os terroristas islâmicos de estarem activos na América Latina, graças às comunidades árabes e palestiniana do Brasil, Paraguai e Colômbia. A sua missão consiste em esconder fugitivos e obter fundos. A existência destas redes é conhecida há muitos anos: na ultima metade da década de 90, os analistas (americanos e colombianos) do comércio da droga descobriram que as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) eram o coração desta rede.

As FARC controlam as quintas, a produção e a exportação de cocaína nas suas zonas de influência e tem um rendimento de 300 milhões de dólares / ano, graças à droga.

No primeiro trimestre de 2005, as operações conjuntas dos serviços de informações da polícia e dos governos da Colômbia e das Honduras resultaram na apreensão de de um número importante de metralhadoras AK-47 (Kalachnikov), M16 e M60, de lança-roquetes, e de munições.

Com o apoio militar de Hugo Chavez que conta adquirir duas fábricas de Kalachnikov, a droga deixará de ser moeda de troca para comprar armas e trará lucros importantes à FARC e aos seus aliados. Actualmente, o tráfico de droga reveste-se do aspecto de narco-jihad para os islamistas que ao mesmo tempo que destroem os seus inimigos ainda lucram com isso. Existe um poderoso eixo anti-ocidental (árabe-sul-americano ou islâmico-marxista) e a Venezuela desempenha o mesmo papel que o regime dos mullahs desempenha no mundo dos muçulmanos integristas.

Mais, a Venezuela acaba de ser admitida no seio da Liga Árabe com o estatuto de observador. A sua admissão será oficializada em Setembro de 2006 quando Amr Moussa, secretário-geral da Liga Árabe, se deslocar a Caracas para a assinatura do protocolo de acordo relativo à acreditação da Venezuela no seio desta instância regional. Mohammad El Baradei que é suspeito de ajudar activamente os mullahs a escapar às sanções da ONU, tem reputação de ser próximo da Liga Árabe. Esta organização vê «com bons olhos» a aquisição do conhecimento nuclear do Irão, o campeão da luta contra Israel.

A 16 de Julho, Ahmed Benhelli, secretário-geral adjunto diplomático da Liga Árabe, exprimiu o apoio dos Estados árabes à Venezuela que ambicionar tornar-se membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, sucedendo à Argentina. Se tal acontecer, os apoiantes da bomba nuclear ao serviço do Islão político ganharão um aliado indefectível no seio do Conselho de Segurança para bloquear os processos que contrariem o regime dos mullahs. Antes de partir em tournée internacional para visitar os seus aliados russos, iranianos e do Qatar (os patrões da televisão islamista Al-Jazeera, Chavez organizou a 18 e 19 de Julho, em Caracas, a 2ª Conferência da América do Sul – Países Árabes (ASPA).

Alguns factos: As redes latinas do Hezbollah procuram financiamentos suplementares, Hugo Chavez apoia as FARC e Evo Morales, dois partidários do comércio da cocaína. A Liga Árabe apoia Chavez. A Rússia apoia Chavez e fornece armamento sofisticado. Há poucos meses, o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que o eixo anti-americano se estendia de Beirute à Venezuela, o que consequentemente significa que o Hezbollah é aliado de Chavez, das FARC e de Morales.
Ao lado das ricas comunidades ocidentais, forma-se um eixo de países que se julgam suas vítimas. Esta aliança utilizará os recursos energéticos e militares e, também, o terrorismo para se impor na cena política internacional. O seu objectivo visa fazer recuar o gigante americano que não consegue convencer os seus aliados europeus a apoiá-lo.


Assim, vimos a Europa acolher de braços abertos os inimigos dos Estados Unidos; Evo Morales, o cocalero, Chavez, o populista esquerdista, mais alguns pró-mullahs e os próprios mullahs.

Chavez, a Liga Árabe e a Rússia apoiam o direito (incondicional) do Irão nuclear porque os mullahs detêm os jokers essenciais nesta partida de poker internacional (anti-americana): os mullahs financiam e equipam os terroristas iraquianos e libaneses, possuem redes em África e na própria Europa, são próximos dos Norte-coreanos a quem financiam os mísseis e, finalmente estão no seio de uma crise nuclear que pode dotar esta aliança de uma nova geração de dissuasão nuclear. Esta dissuasão aliará a força nuclear ao terrorismo internacional.

in Iran Resist

A nova insegurança

por Álvaro Santos Pereira
Universidade de York
in
Diário de Notícias, 22 Agosto 2006

Cinco anos após o 11 de Setembro, regressaram os fantasmas do terrorismo capaz de atingir e paralisar as principais economias do mundo. Felizmente, desta vez as polícias ocidentais foram capazes de travar uma operação terrorista de grande envergadura antes de esta acontecer. Porém, esta nova ameaça terrorista veio reforçar os sentimentos de insegurança que grassam no mundo desde aquele fatídico 11 de Setembro. E veio também demonstrar que a guerra no Iraque pouco ou nada fez para aumentar a segurança global. Muito pelo contrário. Não só esta guerra reacendeu lutas milenares entre as duas principais facções do Islão, como crescentemente tem sido pretexto para recrutar jovens para as causas fundamentalistas.

Igualmente, esta nova ameaça terrorista evidencia o quão erradas foram as (inexistentes) políticas de imigração e de integração das últimas décadas. Ora, se há uma coisa que a recente ameaça terrorista nos deve fazer reflectir é que o problema do fundamentalismo islâmico já não é somente externo mas também interno. Contrariamente aos terroristas dos atentados de 11 de Setembro ou aos bombistas de Madrid, os suspeitos são home-grown, ou seja, são cidadãos de pleno direito nascidos em países ocidentais. Quer por discordarem da política externa dos seus governos, quer por não se sentirem integrados nas sociedades, quer pela miragem fundamentalista, estes jihadistas tornaram-se nas novas presas dos fundamentalistas. E são muito mais perigosos, porque encontram-se no meio de nós por direito próprio. Deste modo, perante esta terrível ameaça, é urgente não só aumentar os níveis de segurança, mas também promover uma maior integração e diálogo entre os diversos grupos da sociedade.

O mesmo raciocínio se aplica a Portugal. Apesar do mito dos brandos costumes, é uma ilusão pensar que não existem riscos para a nossa segurança. É obvio que o risco de ataque é muito menor do que nos EUA ou no Reino Unido. Mesmo assim, o nosso país poderá tornar-se num dos alvos dos jihadistas, quer porque (felizmente) apoiamos as potências ocidentais, quer porque a nossa economia tem muitas empresas desses países, quer porque, acima de tudo, historicamente Portugal é considerado pelos jihadistas território pertença dos conquistadores árabes. Neste sentido, seria aconselhável não esquecer que muitas das principais organizações terroristas de origem árabe têm nos seus princípios directores a recuperação dos territórios ibéricos perdidos durante a reconquista cristã.

Acima de tudo, as recentes ameaças terroristas conjugadas com a perigosa espiral de violência no Médio Oriente demonstram quão volátil e perigoso se tornou o nosso mundo. Apesar de às vezes termos a ilusão de que deixámos para trás tantos milénios de violência, a triste verdade é que a nossa apetência para a selvajaria e a barbárie não parece dar mostras para abrandar.

21.8.06

O Irão prepara-se para a guerra

O exército iraniano testou ontem uma dezena de mísseis terra-terra, no deserto de Kashan. Os mísseis de tipo Saegheh têm um alcance máximo de 250 km.
Desde Sábado que o Irão efectua manobras militares de uma envergadura impressionante. Em seis províncias do país, helicópteros, blindados, tropas de infantaria foram mobilizados para aquilo que um general declarou ser uma resposta a uma ofensiva dos Estados Unidos e de Israel. Paranóia iraniana ou antecipação aos factos?

in Euronews

Depois do terror e das ameaças: a chantagem

A União das Organizações Islâmicas do Reino Unido e da Irlanda pediu que fosse introduzida na lei britânica a Charia, em assuntos relativos à família e ao casamento (leia-se, discriminação da mulher), e que o calendário oficial passasse a contemplar os dias feriados do Islão. Naquilo que pode ser considerado como um acto de chantagem o secretário-geral da UMO, Dr Syed Aziz Pasha declarou: "If you give us religious rights we will be in a better position to convince young people that they are being treated equally along with other citizens."
O deputado trabalhista e muçulmano Shahid Malik atacou contundentemente esta pretensão num artigo publicado no Sunday Times, com um título que não deixa dúvidas "
If you want sharia law, you should go and live in Saudi".

ExpoIslamia

Na Convenção da ExpoIslamia realizada este fim-de-semana em Manchester subordinada ao tema “A Call to Humanity,” o orador Azzam Tamimi, director do Institute of Islamic Political Thought expressou o seu apoio ao Hezballah e ao Hamas, e confirmou aquilo que repetidamente temos chamado à atenção: «Nós somos muçulmanos na Europa e não muçulmanos europeus».
leia mais em Litle Green Footballs

20.8.06

Islão e Nazismo

Foto do encontro entre Adolf Hitler e o tio de Yasser Arafat

«Se, que Deus o proíba, a América e os aliados saírem vitoriosos desta guerra… então o mundo transformar-se-á no inferno, que Deus o proíba. Mas Alá é demasiado justo e misericordioso para permitir a vitória destes violadores assassinos.»
Hajj Amin al-Husseini
Grande Mufti de Jerusalém
«Rádio Roma», 19. Março. 1942

«Para nós, herdeiros do fascismo anti-plutocrático que combateu os Estados Unidos integrando as forças do Eixo […], a guerra contra o imperialismo judaico-americano serve os postulados metafísicos e espirituais que conduzem ao mártir. Nos territórios ocupados, a força da jihad pode ser comparada ao mito da Esparta antiga. A aliança militar ocidental, actualmente só serve para reprimir as nações islâmicas […] na vã esperança de sufocar a revolução khomenista, anti-judaica e anti-americana»
Manuel Negri
«L’hipocrisia dall’Occidente», Avanguardia, Fevereiro 1988


Serviu um
artigo do Expresso, referindo a possibilidade do Irão financiar a extrema-direita lusa (que, a acontecer, gastará parte desse dinheiro em tatuagens, cortes de cabelo, roupa de marca e óculos-de-sol), para que os muçulmanos do fórum islâmico (www.myciw.org) tecessem várias considerações, esquecendo a história e uma série de factos contemporâneos, nomeadamente os apoios que têm obtido das organizações radicais, em todo o mundo, durante o recente conflito entre o Hezbollah e Israel.

Mais recente, publiquei um
postal, sobre o fascínio que o Islão exercia sobre vários dignitários do III Reich e o acolhimento que lhes foi dispensado em vários países árabes, após a II GM, que mereceu o seguinte comentário, da parte de um leitor: «Continua a existir entre os muçulmanos em geral, fora da Europa, um grande desconhecimento em relação ao Holocausto, ao nazismo e aos genocídios por este perpetrados na Europa. São acontecimentos da história europeia, e que não foram sentidos ou conhecidos no Médio Oriente da mesma forma. Por ali, os judeus, ou os israelitas, não são as vítimas, mas os agressores, os racistas, os que oprimem. Quando as massas se insurgem contra Israel não é porque são racistas genocidas - uma vez que os profetas judeus são os profetas dos muçulmanos também, e o povo judaico está na génese dos Islamismo. Recorde-se que, tal como a generalidade dos europeus, os muçulmanos não sabiam das câmaras de gás ou das atrocidades nazis, aquando da visita do Mufti de Jerusalém a Berlim. Insistir sempre na mesma tecla é ridículo. A maior parte dos muçulmanos nem sabe quem foi esse homem, e em geral só ouve falar dele quando alguém se lembra de os colar aos nazis e lembra a patética figura.Sobre isso ver: http://www.myciw.org/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&t=1507»

Apesar de suspeitar saber quem é o autor do comentário e portanto aceitar a boa-fé do mesmo, discordo na generalidade do que ali está escrito e acho que link não aporta nenhum contributo relevante para a discussão, exceptuando ficarmos a saber, pelo próprio, que o administrador do fórum islâmico, Tayeb Habib, vasculha os computadores de quem acede ao fórum.

Não vou entrar em detalhes sobre quem conhece o quê em terras do Islão, mas as notícias que provêm de lá dizem que o Mein Kampf e os Protocolos dos Sábios de Sião se vendem como pãezinhos quentes. E a imprensa muçulmana também ajuda. Leia-se o jornal saudita Okaz, na edição de 30 de Abril de 1987: «A influência dos judeus não parou de crescer na Europa moderna, até que estes estivessem em condições de massacrar inocentes. Esta situação provocou uma reacção na Alemanha, do III Reich dirigido por Hitler. Este encabeçou o movimento anti-semita e tentou liquidar os judeus. No final, falhou (…). Mas Deus combaterá os judeus e manterá a Sua promessa de os destruir e de os esmagar.»

Dois temas centrais servem para unir politicamente os extremistas políticos (à esquerda e à direita) e os islamistas: o ódio ao Ocidente e a judeofobia. Começou no início do século XX e prolonga-se até aos nossos dias. As parecenças entre o islamismo e o nacional-socialismo são chocantes. Ambos manifestam o seu ódio absoluto às democracias, ao liberalismo e às “plutocracias”. Em matéria de barbárie, de anti-semitismo absoluto, de legitimação da violência, o totalitarismo islâmico vai beber às fontes do nazismo, nomeadamente através da leitura das duas obras que cito no parágrafo anterior e que para além das versões em papel, também estão disponíveis online, em várias línguas, em sites como
Radio Islam. No livro «Religion and Antireligion», o islamólogo Montgomery Watt demonstra as proximidades ideológicas e psicológicas que existem entre o fanatismo islâmico e as ideologias fascisantes e não hesita em apresentar a Fraternidade Muçulmana ou a Jamiat-i-islam como «manifestações de um totalitarismo islâmico com parecenças com o nazismo. (…) Estes movimentos mobilizam através do apelo às paixões, à violência, ao poder dos líderes carismáticos e à solidariedade do movimento (…) exaltam o passado heróico e reprimem qualquer análise crítica sobre o passado ou os problemas actuais».
Em muitos aspectos o islamismo é o digno sucessor do nazismo. As convergências deixam poucas dúvidas: o mesmo culto e enquadramento da juventude, a mesma ideologia de guerra permanente e exterminadora, os mesmo métodos de manipulação das massas, o mesmo complexo de «humilhação», a mesma conexão entre as elites cientificas fanatizadas e os marginais, desocupados ou excluídos do sistema, o mesmo culto da morte, as mesmas concepções paranóicas do mundo e a mesma judeofobia obsessiva. Os discursos violentamente anti-judaicos e anti-ocidentais da Conferência de Durban (2001) pareciam um eco reciclado dos discursos de Nuremberga, com a diferença que, desta vez o «povo superior» é a umma islâmica, e as novas raças inferiores são os «brancos-judeo-cruzados». Numa frase, o Sul islamizado contra o Norte infiel.

Aos muçulmanos que por aqui passam...

... recomendo a leitura do artigo Os livros sagrados e a sua leitura crítica do padre e professor de Filosofia, Anselmo Borges.

19.8.06

Taqiyya (dissimulação)

Uma das dissimulações no vocabulário utilizado pelos muçulmanos, perfeitamente observável no Fórum Islâmico da Web (www.myciw.org) e partilhado pelos seus aliados trotskistas (BE) e nazis (PNR), é a utilização da palavra sionista quando querem dizer judeu (o Corão é bem claro em termos de ódio e perseguição aos judeus e continua a ser interpretado à letra). Para quem duvidar convido ao seguinte exercício:
Imagine alguém que declara a sua pretensão de destruir Portugal, porque considera que a identidade nacional portuguesa é racista. Depois, imagine que essa pessoa nega constantemente ser anti-portuguesa, porque não odeia os portugueses, mas simplesmente Portugal e todos aqueles que acham que Portugal deve existir.
Agora, substitua «português» por «judeu» e «Portugal» por «Israel» e percebe-se como é absurdo o argumento dos que dizem ser anti-sionistas, mas não anti-judeus.

O perigoso ideólogo do islamismo

Tariq Ramadan, ideólogo dos movimentos islâmicos na Europa tem uma obra prolífica que deve ser lida por todos quantos se interessam pela problemática expansionista e imperialista do Islão. Adepto da taqiyya (dissimulação) a sua obra (publicada pelas Éditions Tawhid) deve ser lida à luz desta dupla linguagem, principalmente quando fala no «reformismo» do Islão e cita os nomes dos revolucionários que propagam a violência e a jihad e são as principais referências dos grupos radicais islâmicos, como Hassan Al-Banna, Rashid Rida, Sayyid Qutb, Maudoudi e Sharia’ti.
Porém, no essencial do seu discurso, por vezes não há volta a dar e, T. Ramadan escreve: «Considerarmo-nos em nossa casa, é não hesitar em aplicar o qualificativo de “islâmico” a toda a lei, a toda a instituição, a toda a organização, a todo o traço cultural e a qualquer processo de adequação com as nossas referências.» Elucidativo, tanto mais que está publicado na obra Musulmans d’Occident, Ed. Tawhid, 2002, págs. 53-54.

Para saber mais sobre a iminência parda do islamismo, leia
Frère Tariq, Le Sabre et le Coran e Jihad.

Quem falou em integração?

Britânicas muçulmanas apostam em criar as suas próprias roupas
Um pequeno grupo de desenhadoras britânicas, de religião muçulmana, está a impulsionar, no Reino Unido, a moda "halal" (permitida), que satisfaz as necessidades das mulheres que se querem vestir bem, sem ignorar os preceitos da sua fé. "Desde que seja com modéstia, podemos usar seja o que for", disse Remona Aly, sub-directora da revista mensal "Emel", a primeira publicação do país sobre moda e estilo de vida islâmicos."O mercado para uma roupa respeitadora do Islão é enorme", observou a mesma fonte, adiantando que os jovens muçulmanos nascidos no Reino Unido "ganham confiança para expressar externamente as suas crenças e culturas".

No caso das mulheres, isto pode significar usar "hijab" (véu) e vestir roupas largas que dissimulem as formas, o que, admite a jornalista, "sem um pouco de imaginação, pode tornar-se aborrecido". Para abastecer as crentes mais sóbrias, Yasmin Safri criou, com a marca Arabian Nites, uma colecção de "abayas" (túnicas) que rompem a monotonia do corte com bordados de cristais e cores vibrantes. Safri, de 30 anos, gere uma loja no recinto da mesquita de Whitechapel, no leste de Londres, uma das zonas com mais muçulmanos. De Leicester, no centro de Inglaterra, procede Sophia Kara, fundadora das colecções Imaan, uma criadora que aposta na sensatez com criações inspiradas "na arquitectura e na natureza". Maria Mian, licenciada, como Safri, pelo London College of Fashion, optou pela roupa infantil, e acaba de criar a "Tifal", uma marca que promove "a fusão e a mistura de culturas".
in Região de Leiria

Uma guerra perdida?

por Pedro Lomba
in Diário de Notícias, 19 Agosto 2006

Israel ganhou a guerra no Líbano? Não, Israel não ganhou a guerra no Líbano porque, na verdade, não a podia ganhar. Que espécie de vitória seria alcançável contra um inimigo como o Hezbollah, que ocupa e até aqui dominou, sem resistência, um Estado fraco como o Líbano, vive da ajuda do Irão e da Síria e se alimenta do ódio do islamismo radical ao Ocidente? O tempo das guerras rápidas, dos sucessos retumbantes de Israel já passou. Não estamos em 1967. E quando os críticos de Olmert o acusam de na prática ter comprometido, ou mesmo arruinado, a invulnerabilidade de Israel ignoram a óbvia realidade que nenhum Estado é hoje invulnerável ao islamismo radical. No Líbano não se podia esperar que Israel liquidasse com prontidão definitiva o Hezbollah. Isso, suponho, não era possível, como a curto prazo não é possível ne- nhuma democracia do mundo estar livre do islão ideológico e fanático. Desde o começo dos ataques no Líbano que Israel procurou a melhor de todas as soluções precárias: o enfraquecimento e a contenção do Hezbollah. Se isso será conseguido, vai depender do Governo do Líbano, do exército multinacional que irá vigiar a região, dos progressos diplomáticos na Palestina, do apaziguamento do Irão, do que puder ser feito contra o islão que quer a destruição do Ocidente. A paz de Israel é hoje mais delicada que no passado.

Esta fragilidade e realismo aplicam-se por inteiro ao Ocidente. Nos últimos cinco anos o terrorismo atacou, por exemplo, em Madrid e em Londres. Foi possível impedir outros atentados, como o suposto golpe de Londres. Vamos ter de viver com a ameaça do terrorismo, como temos vivido com outras ameaças. O Ocidente ainda está à procura da melhor forma de erradicar o terrorismo. Habituemo-nos por isso a avanços e retrocessos. O diplomata americano George Kennan antecipou uma vez que a Guerra Fria duraria 50 anos, contra os quatro da Primeira Guerra Mundial e os seis da Segunda. A Guerra Fria acabou de facto por durar quase 50 anos. O combate ao islamismo radical só agora começou. A incerteza de Israel também é a nossa.

18.8.06

Quem anda a negociar com o Irão?

O Islão está a modernizar-se!!

Não, infelizmente, não é ao nível das ideias!
O infatigável Tayeb, administrador do Fórum Islâmico apresenta, ladies and gentlemans, os 99 nomes de Alá ... em flash!!!
copie para o seu browser: http://www.myciw.org/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&p=6532#6532

A Primeira Internacional do Ódio

O escritor egípcio Magdi Allam considera que estamos perante "uma rede de contrapoder globalizado, que conjuga o fanatismo religioso islâmico com o ódio ideológico comunista em relação à América e Israel".

Gostaria de partilhar com os leitores do PÚBLICO algumas reflexões sobre o Médio Oriente e a Primeira Internacional do Ódio, publicadas no diário italiano Corriere della Sera (21-7-2006). O autor, Magdi Allam, é jornalista e escritor egípcio nascido numa família muçulmana que, há já vários anos, denuncia a estratégia islâmica de conquista do Ocidente pelo terror e invasão silenciosa. Ameaçado de morte pelos fundamentalistas muçulmanos, vive hoje em Itália sob protecção policial.
Escreveu ele que "a guerra no Médio Oriente está a caminho de consagrar o nascimento de uma "frente internacional anti-imperialista", formada por grupos terroristas e por Estados islâmicos, assim como por países da América do Sul, da Europa e da Ásia que se inspiram na ideologia comunista. A imagem emblemática, e recente, é a do Presidente Chávez, que, ao abraçar o iraniano Ahmadinejad no aeroporto de Teerão, a 29 de Julho, comparou Israel a Hitler, afirmando que "os judeus fazem a mesma coisa com os libaneses". " Na sua resposta a Ahmadinejad, que o apresentou como "nosso irmão combatente", Chávez formula uma promessa solene: "Em qualquer circunstância, estaremos ao lado da nação iraniana. A história demonstrou que quanto mais unidos estivermos, melhor poderemos resistir e combater o imperialismo."
Magdi Allam considera que se completa assim o quadro de "uma rede de contrapoder globalizado, que conjuga o fanatismo religioso islâmico com o ódio ideológico comunista em relação à América e Israel". Para ele, numa primeira etapa, houve a ligação entre o movimento terrorista sunita Hamas e o movimento terrorista xiita Hezbollah, união que se realizou após o atentado de 12 de Julho último, no curso do qual oito soldados israelitas foram mortos e dois sequestrados, ataque que provocou a extensão da guerra ao Líbano. "Numa segunda etapa – prossegue – vimos o apoio imediato manifestado pela Síria e Irão, que veio confirmar o papel de patrocinadores do terror praticado pelo Hamas e Hezbollah e que tornaram clara a relação existente entre os apresentadores e as marionetas." Depois entrou em cena a Al-Qaeda, por meio do discurso de Ayman Al Zawahiri divulgado a 27 de Julho, onde apelava "aos muçulmanos do mundo inteiro, a fim de combaterem e de se tornarem mártires na guerra contra os sionistas e os cruzados", anunciando: "Nós não podemos ver a chuva de mísseis que caem sobre os irmãos muçulmanos de Gaza e no Líbano e permanecer em silêncio." "Tudo isto marcou o começo da aliança entre o terrorismo islâmico globalizado da Al-Qaeda, o terrorismo autóctone palestiniano e libanês e a estratégia de terror do Irão e da Síria", conclui.
O quarto acto, segundo Magdi Allam, é a formação de uma frente internacional unida pela ideologia do ódio e da guerra em relação a Israel e aos Estados Unidos. "Nesta frente participam três chefes de Estado sul-americanos: o venezuelano Chávez, o cubano Fidel e o boliviano Evo Morales que criaram o pacto Alba (Alternativa Bolivariana pelas Américas)". Ao receber Chávez e Castro em La Paz, Morales declarou: "Estamos aqui para participar na luta contra o neoliberalismo e o imperialismo, este milénio será do povo e não do império." Ao que Chávez respondeu: "O eixo do mal é representado por Washington e pelos seus aliados que ameaçam e matam. Quanto a nós, estamos a construir o eixo do bem, o eixo do novo século."
A ida de Chávez em Minsk permitiu que a este eixo se juntasse igualmente o ditador bielorrusso Alexander Lukaschenko, que, depois de o ter recebido, fez o elogio de Hitler: "A ordem alemã desenvolveu-se ao longo dos séculos, mas, sob Hitler, atingiu o seu apogeu e é assim que interpreto a República presidencial e o papel de líder." E claro que a frente internacional anti-imperialista inclui necessariamente o ditador norte-coreano King Jong-Il.
Magdi Allam mostra-se nesse artigo preocupado com "o papel ambíguo da Rússia de Putin, que recentemente vendeu armas no valor de mil milhões de dólares a Chávez, fornece tecnologia ao programa nuclear iraniano e protege o regime sírio". Por isso quer saber de que lado está a União Europeia, pois considera que chegou o momento da opção crucial, "uma vez que a UE não poderá estabelecer uma inimaginável política de equidistância ou de "equiproximidade" entre esta nova central do ódio e do terror globalizado e os seus aliados tradicionais que, mesmo que se tenham enganado, lutam presentemente contra o terrorismo e a barbárie daqueles que negam o direito à vida e à liberdade de todos."
Por isso pergunto: quem responde a Allam?

José António Carvalho in Público, 18 Agosto 2006

A derrota de Israel

por Vasco Pulido Valente
Público, 18 Agosto 2006

Em Israel, a maioria da população não tem a menor dúvida: 70 por cento acham que o Hezbollah ganhou. O Exército libanês não vale nada e o primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora, já declarou anteontem que não tenciona desarmar ninguém.
De resto, quem pode seriamente confiar a vida a soldados da França (5000), da Itália (2000), da Turquia (1200), da Malásia (1000), da Indonésia (850), da Espanha (700), da Finlândia (200) e do Brunei (200)? É desta força heterogénea, estrangeira, incomandável e simbólica que se espera a neutralização do Hezbollah? Uma força que, de resto, não estará no terreno em menos de um ano? E de que vale uma "zona-tampão" porosa como uma passador? No fundo, a ingerência internacional e a UNIFIL só servem para enfraquecer Israel, que a opinião do Ocidente abandonou.
Como a Intifada e a anterior ocupação do Líbano, a ofensiva contra o Hezbollah não foi "limpa". Por outras palavras, não foi uma guerra de um exército regular contra outro exército regular. Morreram civis. A artilharia e a aviação arrasaram aldeias, cidades, pontes, portos. De longe, de muito longe, o público iletrado e sentimental da Europa e da América via as vítimas, mas não via os foguetões que o Hezbollah escondera nas ruínas. A "barbaridade" de Israel pareceu incontroversa e os "peritos" resolveram invocar o aberrante argumento da "resposta desproporcionada". "Desproporcionada" a quê? À instalação na fronteira de meios suficientes para paralisar e destruir uma boa parte de Israel? À própria sobrevivência de Israel? Nunca houve resposta. O espectáculo do sofrimento chegava para convencer a boa alma do Ocidente.
Bush e Blair, sem apoio doméstico e em plena derrota no Afeganistão e no Iraque, recuaram; e da sombra saiu o sinistro Chirac. A Europa e a América decidiram de repente que a pequena querela entre Israel e o Hezbollah (um assunto local) não interessava particularmente ao futuro do mundo. Apesar do 11 de Setembro e de tudo o que a seguir aconteceu, o Ocidente não consegue levar a sério a ameaça do islamismo, como levou a sério a do comunismo. No fundo, o homem comum não acredita que uma civilização fracassada, miserável e medieval possa prevalecer contra a majestade da Europa e da América. Talvez sim. Mas pode, entretanto, empurrar a Europa e a América para um desastre difícil de imaginar e de reparar. Com a derrota de Israel, esse desastre ficou mais próximo.

A paz islâmica